quinta-feira, 5 de maio de 2011

Paleografia, o estudo da escrita antiga

Qual pesquisador seja ele estudante (nos projetos de Iniciação Científica ou pesquisas do gênero) ou mesmo historiadores, que nunca se sentiu em “apuros” ao se deparar com aquele desejado documento antigo, aquele elemento fundamental para sua pesquisa, que devido à caligrafia e à ortografia corrente em uma determinada época, torna-se um “bicho de sete cabeças”? De uma possível contribuição ao seu trabalho, o documento torna-se um “problema”.
Os cursos de História de uma maneira geral, ainda não se deram conta da importância do ensino ou mesmo de noções de uma ciência: a Paleografia. Etimologicamente falando, paleografia é um termo cuja origem advêm da Grécia, sendo que “paleo” significa antiga e “grafia” escrita, ou seja, “o estudo da escrita antiga”, podendo esta ser considerada uma ciência aliada da História.
Assim, as técnicas da paleografia permitem a leitura e conseqüentemente a transcrição e interpretação dos documentos antigos, dentre os quais, os manuscritos. A paleografia também é um grande aliado da lingüística, pois permite uma excelente análise das transformações sofridas pela língua de um povo em diferentes períodos cronológicos.
Porém, é na Arquivística, ou melhor, nos profissionais que se dedicam à tal função, é que a paleografia mostra-se de grande importância, pois é a partir da leitura de documentos e posterior classificação, que os pesquisadores (lingüistas, historiadores e outros) podem recorrer aos arquivos existentes, procurando realizar suas pesquisas. Não é atoa que entre as disciplinas do curso de Arquivologia (ainda pouco numerosos no Brasil, diga-se de passagem) está a paleografia.
A abundância de documentos existentes no país, conservados e acondicionados nos mais diversos ambientes, do período colonial ao republicano, exige muitas vezes o conhecimento da paleografia para sua leitura, transcrição e posterior interpretação. Soma-se a isso, atualmente, a disponibilização de documentos digitalizados na internet.
Sim, caro internauta! Atualmente alguns Arquivos disponibilizam documentos de seu acervo, cujo acesso está ao alcance de todos, bastando para isso estar conectado a um computador com internet. Isto democratiza e facilita o acesso ao documento a qualquer pesquisador, sem que ele saia de sua casa. No Brasil, temos o site do “Centro de Memória Digital da Universidade de Brasília” (CMD/UNB), cujo acervo do Arquivo Ultramarino de Portugal está disponível para consulta.
Muitos pesquisadores afirmam que a leitura destes documentos antigos fica mais fácil com o passar do tempo, com o contato permanente do pesquisador com estas fontes. Porém, não podemos negligenciar a inestimável importância das noções de paleografia para o bom desenvolvimento do trabalho dos historiadores.
Os paleógrafos, peritos nesta ciência, conseguem mediante a análise de um documento, verificar sua autenticidade, determinar a interferência de outros agentes no processo da escrita, além de serem conhecedores das normas de transcrição. Ou seja, é um profissional da mais alta importância para Arquivos bem como para os pesquisadores.
Encerrando esta nossa participação, aproveitamos para comunicar aos interessados que ocorrerá em Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro, o “I Congresso Brasileiro de Paleografia e Diplomática” que será realizado entre os dias 18 e 20 de Maio de 2011. As inscrições já estão abertas.

Autores: Brunno Silva Martins
                Matheus Kaneko da Silva
                Robert Mori
                Lucas Silva Nangi dos Santos

Links úteis:
I Congresso Brasileiro de Paleografia e Diplomática


Centro de Memória Digital da Universidade de Brasília (CMD/UNB)


Um comentário:

  1. Muitas vezes para conhecermos os encantos de Clio, precisamos decifrar códigos que seus amantes redigem em signos aparentemente desconhecidos.
    Parabéns!!

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