quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. Quando estes existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos, quando não existem. Com tudo o que a habilidade do historiador lhe permite utilizar para fabricar o seu mel, na falta das flores habituais. Logo, com palavras. Signos. Paisagens e telhas, com as formas do campo e das ervas daninhas. Com os eclipses da lua e a atrelagem dos cavalos de tiro. Com os exames de pedras feitos pelos geólogos e com as análises de metais feitas pelos químicos. Numa palavra, com tudo o que, pertencendo ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem.
Toda uma parte, e sem dúvida a mais apaixonante do nosso trabalho de historiadores, não consistirá num esforço constante para fazer falar as coisas mudas, para fazê-las dizer o que elas por si próprias não dizem sobre os homens, sobre as sociedades que as produziram, e para constituir, finalmente, entre elas, aquela vasta rede de solidariedade e de entreajuda que supre a ausência do documento escrito?
Lucien Febvre. Combates pela história. (1949)




quarta-feira, 6 de julho de 2011

Documento histórico

O documento, segundo Leandro Karnal e Flavia Galli Tatsch, “é tudo aquilo que um determinado momento decidir que é um documento”. A partir dos documentos históricos podemos desvendar parte do passado, pois em sua essência é possível identificar impressões do período em que foi produzido, mesmo que da forma mais subjetiva possível, tornando os acontecimentos imortais aos olhos dos que analisam esses fragmentos do passado. Ainda segundo os autores:
“um documento é dado como documento histórico em função de uma determinada visão de uma época. Isso introduz no conceito de documento um dado importantíssimo: o documento existe em relação ao meio social que o conserva”.
Analisando com o olhar crítico do historiador, um documento que pode muito bem se tornar fonte histórica, são as chamadas histórias em quadrinhos. Presentes nos dia de hoje, os quadrinhos são uma manifestação da cultura industrial que, em suas histórias, retratam a essência da sociedade urbana a qual nós pertencemos, sempre fazendo menções aos acontecimentos do cotidiano e outros recentes. Um bom exemplo disso é a aparição do presidente eleito Barack Obama em diversos títulos conhecidos do mundo dos quadrinhos na época em que foi nomeado presidente dos Estados Unidos, como Homem-Aranha, Batman, o cavaleiro das trevas e também no mundialmente conhecido Superman, sendo que o objetivo de suas aparições variava entre críticas, elogios ou simples citações.
Para Paul Gravett, jornalista freelancer, pesquisador de histórias em quadrinhos e autor de Mangá – Como o Japão Reinventou os Quadrinhos, os quadrinhos são a forma mais antiga de narração, podendo ser identificados até mesmo em pinturas rupestres, que colocam seus desenhos em uma disposição com a finalidade de contar uma história cotidiana, seja um acontecimento importante ou parte do cotidiano, como a caça e a pesca. Em outro momento, as pinturas nas paredes das cavernas retratam acontecimentos sobrenaturais, podendo ser as únicas testemunhas do nascimento das religiões e da mitologia. Outros exemplos de ancestrais das histórias em quadrinhos podem ser identificados também em obras medievais, ilustrações religiosas e em diversos períodos de todas as culturas, quando ainda não se fazia o uso da escrita, sendo as imagens dispostas em sequência com a finalidade de se contar uma passagem a única forma de se documentar a história.
Joatan Preis Dutra, professor graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2002, defende em sua tese o uso de histórias em quadrinhos como fonte de pesquisa histórica. Nessa pesquisa, Dutra afirma que, sendo as artes sempre moldadas pelo seu contexto, é possível ver em suas produções o reflexo da sociedade, do contexto em que estão inseridas, de sua cultura.
“As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de influências. As ideologias e o momento político e social moldam, de maneira decisiva, até mesmo o mais descompromissado gibi”
Ainda segundo o autor:
“Mesmo nas HQs produzidas sem finalidade política ou de propagação ideológica, podemos encontrar referências das circunstâncias na qual foram elaboradas. Por se tratar de um produto industrial, o apelo comercial tem que estar presente para justificar sua venda. Se o leitor não se identificar com o que está sendo oferecido, provavelmente não vai adquirir a edição à venda.”
Admitir os quadrinhos como fonte seria mais um passo para desvendarmos o passado, sendo que todas as produções da indústria do entretenimento são, enfim, baseadas no período em que foram criadas. Diferente da “cultura de massa”, termo empregado nos ensaios produzidos pela Escola de Frankfurt, onde o povo cria suas próprias manifestações, esse fruto da “cultura industrial”, criado para o povo e não pelo povo, é feito justamente para que as pessoas consigam se identificar nos personagens, nas histórias, sempre objetivando a venda, o consumo e o acumulo de capital (FREITAG, 1986).
Por fim, esse tipo de produção, é certamente fonte inesgotável de informações sobre o homem contemporâneo, segundo Ariel Dorfman e Armand Mattelart, como citam em seu livro Para ler o Pato Donald: comunicação de massa e o colonialismo:
“A literatura infantil é, por isso, talvez o foco onde melhor se pode estudar os disfarces e verdades do homem contemporâneo, porque é onde menos se pensa encontrá-los. E esta é a mesma razão pela qual o adulto, carcomido pela monotonia cotidiana, defende cegamente essa fonte de eterna juventude: penetrar esse mundo é destruir seus sonhos e revelar sua realidade”


Bibliografia:
KARNAL, Leonardo; TATSCH, Flavia Galli. A Memória evanescente. In. O historiador e suas fontes. PINSKY, Carla B. (org.). São Paulo: Contexto, 2009.
GRAVETT, Paul. Mangá: Como o Japão Reinventou os Quadrinhos. São Paulo: Conrade Editora do Brasil, 2006.
DUTRA, Joatan Preis. História & História em Quadrinhos: A utilização das HQs como fonte histórica político-social. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002.
FREITAG, Barbara. A Teoria Critica – ontem e hoje. São Paulo: Brasiliense, 1986.
DORFMAN, Ariel, MATTELART, Armand. Para ler o Pato Donald: comunicação de massa e colonialismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

Por Matheus Kaneko

Fontes impressas


     Dentre as inúmeras ferramentas conferidas aos que se lançam na pesquisa histórica as fontes impressas ganham cada vez mais destaque. E esse destaque não se dá unicamente pela imensa gama de material encontrado nos arquivos privados e públicos hoje em dia. O reconhecimento da importância de tal pesquisa se deve a algumas mudanças paradigmáticas sobre a abordagem metodológica dos documentos e as possibilidades de problematizarem-se os mesmos, trabalho esse de constante cautela e observação por parte dos historiadores.
    Cumpre então, profundo destaque na nossa abordagem a forma como os documentos impressos foram vistos nesse processo de renovação metodológica da historiografia.
    Tânia Regina de Luca aborda, a importância dada durante o século XIX pela historiografia rankeana aos documentos, ditos “reveladores”, que trariam a luz a tão desejada “verdade dos fatos” , metodologia essa tributária de uma historiografia que não enxergava o potencial imerso na problematização do documento.
     Com o advento da historiografia dos annales em suas mais diversas conceituações sobre a historia, aliada a uma renovação proveniente de uma profunda revisão do marxismo por parte de autores como E. P. Thompson, Perry Anderson e Eric Hobsbawm, para nos atermos a apenas alguns exemplos, pudemos vislumbrar uma outra forma de entender o documento.
    É através desse novo balanço metodológico que os estudos através da imprensa ganharam notoriedade principalmente a partir da década de 1960. Mesmo dotados de maior respaldo por parte dos pesquisadores, infelizmente, durante a primeira metade do século XX os documentos da imprensa ainda encontravam certo ceticismo por parte significativa dos historiadores que concebiam a pesquisa através desses tais meios como mera reprodutora de valores e interesses ideológicos das classes dominantes.
     Durante bastante tempo o limbo pareceu um local inevitável para a pesquisa em periódicos. Com uma  maior maturação da historiografia, essa fonte passou a ser olhada com mais cuidado e passou a ser um importante documento de estudos em diferentes áreas, como os de natureza econômica, demográfica além dos múltiplos aspectos da vida social e política de determinada época. Penso que o aspecto mais interessante dos estudos via imprensa acabam se mostrando justamente na capacidade que tais fontes conferem aos que querem problematiza-las, trabalho essencial a pesquisa histórica, e justamente uma dificuldade que compensa a pesquisa. Citando o exemplo de Gilberto Freyre que estudou diferentes aspectos da sociedade brasileira se valendo de anúncios em jornais do século XIX, podemos entender que tais pesquisas são sim muito viáveis, é necessário apenas observar alguns cuidados necessários para que obtenhamos bons resultados e não caímos nos deixemos levar por certas “armadilhas”, pois segundo Ana Maria de Almeida Camargo:

                 “corremos o risco de ir buscar num periódico precisamente aquilo    que queremos confirmar, o que em geral acontece quando desvinculamos uma palavra, uma linha, ou um texto inteiro de uma realidade”

. É justamente onde muitos enxergam apenas dificuldades diversas que o historiador deve exercer sua plena capacidade de problematizar seu objeto e sua fonte. A amplitude de possibilidades de pesquisa nessa área é imensa e se bem aproveitada pelos estudiosos podem render trabalhos de excelentes resultados.
Referências:
Pinsky, Carla B.(org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
Borges, Vavy Pacheco. O que é história. 2ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 2007.
KARNAL, Leandro. TATSCH, Flavia Galli. A memória evanescente. In: O Historiador e suas fontes/ Carla Bassanezi Pinsky e Tania Regina de Luca (orgs.). – São Paulo : Contexto, 2009.

Por Giovanni Maciel

terça-feira, 5 de julho de 2011

A História Indígena por meio das fontes manuscritas do século XVIII e XIX

A História dos Índios no Brasil aos poucos vem ganhando espaço na produção acadêmica, principalmente em cursos de pós-graduação stricto-sensu. Talvez este crescimento seja impulsionado pela História Cultural e seu diálogo bastante frutífero com a Antropologia e a Etnologia. Convém ressaltar que com o advento da Lei 11.645/08, que regulamentou o ensino de história indígena no Brasil, coube ao bom professor/ pesquisador a leitura de obras referentes a esta temática.
Portanto, o tema por mim escolhido e que será trabalhado nesta breve contribuição ao blog é a História Indígena. Mas quais as possibilidades de análise e pesquisa a partir de um tipo específico de fonte? Qual fonte utilizar para tratar deste tema?
Sabemos que as sociedades indígenas são ágrafas, ou seja, desconhecem a escrita. Porém, utilizam a tradição oral para perpetuar e conservar acontecimentos do grupo que, passados por gerações, nos permitem compreender a história de diferentes etnias.
Mas o que pretendo demonstrar é que muitas vezes, para se pesquisar a história indígena brasileira, teremos que recorrer aos arquivos e às fontes manuscritas, muitas do século XVIII e XIX, produzidas por autoridades a serviço da Coroa Portuguesa, como os governadores das Capitanias.
Aventurar-se em arquivos à procura daqueles documentos que enriquecerão a sua pesquisa, demanda tempo. O historiador muitas vezes ao manusear estas fontes manuscritas, se depara com inúmeros personagens, com sua vida, alegrias, sofrimentos, expectativas...
Palacin, Garcia e Amado, definem os documentos como

[...] vozes do passado. Ao conhecê-los, dialogamos com os mortos. Descobrimos que, tal como os vivos, cada morto tem um tipo de temperamento, assim como interesses pessoais e coletivos a defender ou combater, objetivos, sonhos, emoções; cada qual construiu sua própria história, ao mesmo tempo individual e social. (Palacin, Garcia, Amado, 1995, p.5).

Nos Arquivos Cartoriais, do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como os Arquivos eclesiásticos e privados, encontramos um grande número de fontes manuscritas. Documentos importantes para a pesquisa da história indígena são as correspondências, ofícios ou requerimentos, presentes principalmente nos arquivos do Poder Executivo.
Como exemplo, pretendo apresentar um trecho de um documento manuscrito que se encontra no Centro de Memória Digital da UnB (CMD/UnB), pertencente ao Arquivo Ultramarino, datado de 28 de Maio de 1753. É uma provisão (cópia) do Rei Dom José, ao governador da Capitania de Goiás, Dom Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos:

Dom Jose de Deus Rey de Portugal e dos Algarves daqui e dalem mar de Guiné. (Va) Faço saber a voz Conde dos Arcos, Govdor. E Capm General da Cap.nia de Goyaz, q (so vi) a vossa carta de 24 de Janro de 1751, sobre as hostilidades q. o Gentio Cayapó fizera ao da Nação Araxás [...] ; e de se ter estabelecido no Rio Claro huma Aldeya com alguns, q. Antonio Pires poderia Reduzir, com o q, mandareis fazer varias despezas da Faz.da Rl e sendo neste particular ouvido o Procurador. De minha Fazda. [...] determinar e leve em conta esta despeza, e aprovar tudo o q. nesta matéria tendo feito.

Alguns pontos devem ser considerados neste documento: quem o produziu? Qual a data? Sobre qual região trata esta Provisão? O que ocorria nesta região neste período? Quais etnias indígenas estão mencionadas? Qual (is) pessoas são mencionadas? Qual sua importância?
As fontes, como toda produção humana, foram produzidas com uma intencionalidade. Um documento não exprime a verdade absoluta, por isso, uma análise crítica mostra-se extremamente importante para o historiador, assim como uma correta problematização do seu objeto de pesquisa.
Ao trabalhar com fontes manuscritas, cabe ao historiador, além da utilização de um referencial teórico-metodológico, estar “ciente do evoluir histórico de toda a estrutura da administração pública ao longo do tempo” (BACELLAR, 2005, p.43). Este conhecimento prévio permite ao pesquisador o correto direcionamento aos Arquivos que acondicionam as fontes que por ele serão utilizadas.

Fonte Manuscrita:
Arquivo Ultramarino – Projeto Resgate – Goiás. AHU - Cx.8, Doc.:569. (1753);

Referências Bibliográficas:
BACELLAR, Carlos. Uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, Carla (org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
PALACIN, Luís; GARCIA, Ledonias Franco; AMADO, Janaína. História de Goiás em documentos. I. Colônia. Goiânia: Editora da UFG, 1995.

Fontes históricas e a revisão bibliográfica


“O estudo do passado não pode ser feito diretamente, mas de forma mediada através dos vestígios da atividade humana, a que é dado o nome genérico de fontes históricas. Embora com ligeiras cambiantes no significado, também se utilizam termos como documentos, testemunhos, vestígios ou monumentos. As fontes podem ser classificadas segundo vários pontos de vista, mas vamos aqui referir apenas as fontes materiais, as escritas, as iconográficas e as orais.

As fontes materiais ou documentos figurados constituem os vestígios materiais da atividade humana e que incluem as fontes arqueológicas em geral, os instrumentos de trabalho, os monumentos, as moedas, entre muitas outras. Algumas ciências auxiliares da história são dedicadas a este tipo de fontes, como a Arqueologia, a Numismática e a Sigilografia. No campo da História da Farmácia, estas fontes são muito importantes e incluem aquelas (almofarizes, potes de outros artefatos de farmácia) a cuja conservação se dedicam os museus de farmácia.

As fontes escritas são geralmente as de utilização mais geral e distinguem-se entre si pelo suporte e técnica utilizados na escrita. No estudo das épocas Moderna e Contemporânea, as fontes escritas utilizadas são normalmente classificadas em manuscritas (uma carta de boticário, uma receita) e impressas (uma farmacopéia, um periódico farmacêutico). Das fontes escritas se ocupam ciências auxiliares como a Paleografia, a Filologia, a Epigrafia, a Papirologia, a Diplomática. As fontes iconográficas são as que representam imagens (uma gravura, uma fotografia, um filme). As fontes orais incluem toda a informação e tradição que é conservada na memória dos indivíduos e transmitida oralmente de uns para outros. Estas fontes são particularmente importantes no estudo da história dos povos primitivos.” (J. P. Sousa Dias)


Para nós, historiadores, qualquer vestígio histórico que forneça alguma informação sobre o passado pode ser trabalhado como fonte, porém as fontes escritas e documentais são muito importantes, mas não devem ser fetichizadas como verdade absoluta, mas sim problematizadas de acordo com o contexto histórico em que estão inseridas e trabalhadas de modo crítico. Entre as fontes escritas e documentais, existem, além dos livros: documentos, papiros, pergaminhos, testamentos, cartas e até mesmo escrita em pedras ou blocos de argila como a escrita cuneiforme dos povos Sumérios.

No uso da escrita como fonte histórica, devem ser analisadas, através das revisões bibliográficas, as mais recentes obras científicas disponíveis que tratem do assunto ou que dêem embasamento teórico e metodológico para o desenvolvimento do projeto de um pesquisa além de ampliar a criticidade. Nelas também são explicitados os principais conceitos e termos técnicos a serem utilizados na pesquisa. Também chamada de “estado da arte”, a revisão da literatura demonstra que o pesquisador está atualizado nas últimas discussões no campo de conhecimento em investigação. Além de artigos em periódicos nacionais e internacionais e livros já publicados, as monografias, dissertações e teses constituem excelentes fontes de consulta.

Esse processo é de importância fundamental para que o pesquisador informe à banca examinadora o que ele leu sobre o tema, e evite abordar 'problemas' que já foram esgotados por outros trabalhos. Vale lembrar que revisão bibliográfica é diferente de uma coletânea de resumos ou uma 'colcha de retalhos' de citações; ela consiste numa análise crítica meticulosa e ampla das publicações correntes em uma determinada área do conhecimento.

De um modo geral, a revisão bibliográfica é realizada como parte inicial de um estudo científico, seja no nível da graduação ou pós-graduação, sendo parte fundamental em uma dissertação de mestrado ou numa tese de doutorado. Ela é, pois, fundamental para as pessoas que estudaram e trabalharam muito para desenvolver o conteúdo que no mínimo serviu de base para nossos trabalhos. O direito de reconhecimento de autoria é tão importante, pois ninguém iria gostar se usassem seu conhecimento sem o reconhecimento seus esforços.

FINDLAY, E. A. G. Guia para apresentação de projetos de pesquisa. Joinville, SC: UNIVILLE, 2006.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Literatura como Fonte.

A relação entre história e literatura é, de fato, bastante presente atualmente nas discussões historiográficas atuais, suscitando inúmeras discussões acerca da validade da literatura enquanto fonte aos estudos históricos ou mesmo acerca das fronteiras que distinguem os discursos históricos e literários. Contudo, tal relação não é nova. Já na Antiguidade, Aristóteles, na Poética (2006, p. 43), se preocupara em definir o que era poesia e o que era história, encontrando tal distinção não na forma da narrativa, mas abordagem de cada uma destas: para Aristóteles o que difere o poeta do historiador, é o que primeiro narra aquilo que poderia ter acontecido, enquanto o segundo possui o compromisso em narrar aquilo que aconteceu. Em decorrência disto, a poesia, por seu caráter universal, é mais elevada que a história, em seu caráter particular.

Refletindo acerca dos tempos modernos, podemos notar que a preocupação com a literatura nos estudos históricos ainda se faz presente em diversas correntes e pensamentos. Dentre os autores do século XIX podemos elencar Wilhem Dilthey, no qual há uma linha tênue entre o que separa a história da arte ou mesmo da literatura; Jacob Buckhardt, refletindo acerca da poesia neolatina no Renascimento Italiano e Marx e Engels, mesmo que em apontamentos diversos e esparsos sobre a Idade Média, literatura russa, dentre outras.

Todavia, uma preocupação mais sistematizada e organizada da literatura enquanto fonte histórica surge somente no século XX, já na primeira geração da Escola dos Annales, de Marc Bloch e Lucien Febvre. Como cunhado por Bloch, em A Apologia da História, a história é ciência dos homens no tempo, de modo que quaisquer vestígios legados pelos homens ao presente são fontes em potencial para a compreensão da história. Assim, não apenas aqueles documentos oficiais adentram o rol de possibilidades de fontes, mas todos os textos, como aponta Febvre:

Os textos, sem dúvida, mas todos os textos. E não só os documentos de arquivos em cujo favor se cria um privilégio [...]. Mas também um poema, um quadro, um drama: documentos para nós, testemunhos de uma história viva e humana, saturados de pensamentos e de ação em potência. (FEBVRE apud FERREIRA, 2009, p. 64)


Portanto, cônscios das possibilidades do uso da literatura enquanto testemunho humano saturado de pensamentos e ações, devemos refletir sobre como utilizar a fonte literária, visto que cada tipo de fonte possui sua linguagem intrínseca e necessita de um determinado trato. Para tanto, nos utilizaremos das reflexões de Erza Pound e
de Antonio Cândido.

De acordo com Ezra Pound (2006) literatura é linguagem carregada de significados, de modo que o poema é uma estrutura condensada na qual o autor se utiliza de elementos formais para exprimir uma mensagem. Com Antonio Cândido, em suas obras Literatura e Sociedade e Estudo Analítico do Poema, podemos perceber que tais significados contidos no texto literário vão além daqueles contidos apenas no poema, havendo uma estrutura interna e externa do texto.

Para Cândido, a estrutura interna é composta por aquilo que está efetivamente dentro do texto, as palavras, rimas, métrica e outros recursos formais. A estrutura externa é aquilo que se encontra fora do texto, onde se encaixam os aspectos históricos, sociais e filológicos referentes ao texto. Deste modo, podemos notar com Cândido que os textos literários são históricos e só são escritos mediante às possibilidades de seu tempo histórico. Assim, o estudo da literatura pelo historiador deve se pautar na análise dialética destas duas estruturas, uma vez que a própria estética também é histórica.

Deste modo, o discurso literário possui profundas raízes históricas, de modo que a partir deste é possível que obtenhamos visões acerca da sociedade de determinadas classes sociais, determinados valores políticos, religiosos, etc. que são expressos esteticamente por meio da literatura. A palavra é um arena, como expressa Mikhail Bakhtin, onde se confrontam valores sociais contraditórios, onde a própria luta de classes pode ser expressada. Assim, a linguagem e as palavras denotam o conhecimento de mundo do próprio autor.

Maria Aparecida Baccega nos dá um exemplo bastante interessante e didático acerca disto, no qual a simples utilização de uma palavra em detrimento de outra altera todo o significado e valores de quem a utiliza. Chegar ou descobrir a América? Questão aparentemente banal que esconde atrás de si discursos e poderes. De acordo com a autora, o uso da expressão chegar mostra que o autor compreende que há populações autóctones que viviam no continente antes da chegada do europeu; no segundo caso o autor do discurso entende que os índios são como uma tábula rasa, sem cultura ou mesmo história.

A partir do que fora exposto pudemos perceber nitidamente que o discurso literário é polifônico e polissêmico, sincrônico e diacrônico, de modo que as possibilidades de trabalho com esta fonte são quase que infinitas, o que justifica Antônio Celso Ferreira nomear a literatura por fonte fecunda. Obviamente os recortes e bom senso do pesquisador devem operar para a prática de uma pesquisa rica e ao mesmo tempo exeqüível.

Além dos recortes é necessário que o historiador conheça sua fonte de modo aprofundado, o que significa que este deverá realizar alguns estudos literários. A abertura da história às múltiplas linguagens inevitavelmente obriga o historiador à busca de uma nova erudição, como aponta Elias Thomé Saliba. No entanto, por vezes, essa busca pela nova erudição tem dissipado a fronteira entre a história e a literatura e entre a ciência e a ficção.

Antonio Celso Ferreira aponta para a existência de um crítica pós-modernista, que também encontra eco na própria historiografia, que defende que a história é fundamentalmente uma narrativa como a literária. Um dos maiores expoentes dessa corrente é Hayden White, que propõe que as narrativas históricas são “ficções verbais, cujos conteúdos são tão inventados como descobertos, e cujas formas têm mais em comum com suas contrapartidas na literatura do que na ciência.” (WHITE apud FERREIRA, 2009, p. 77)

Retomar o pensamento de Marc Bloch nesses momentos é realmente eficaz e oportuno. Para Bloch, o historiador deve ser, de fato, interdisciplinar, dialogando com as mais diversas áreas do conhecimento e se utilizando das mais diversas fontes possíveis, mantendo sempre a sua identidade de historiador: o cientista dos homens no tempo. Antônio Celso Ferreira também faz apontamentos nesse sentido:


Essa lembrança é essencial para o pesquisador que trabalha com textos literários, sobretudo os de ficção histórica. É certo que o caráter polifônico destes, pelo diálogo que estabelecem entre as diferentes vozes das personagens, além da voz do narrador, possibilita a investigação da complexidade do imaginário histórico, da diversidade das ideologias e dos modos como os diferentes indivíduos ou grupos sociais se inserem dentro dele em determinadas épocas. Contudo, tais representações constituem sempre um universo ficcional, por mais verossímil que seja. O papel do historiador é confrontá-las com outras fontes, ou seja, outros registros que permitam a contextualização da obra para assim se aproximar dos múltiplos significados da realidade histórica. (p. 77)


Portanto, o trabalho com a literatura pelo historiador é um trabalho que exige a crítica da fonte e o estabelecimento de uma metodologia para este fim, de modo que o discurso do historiador se torna um discurso científico, em uma concepção de ciência que não almeja uma objetividade ou uma verdade absoluta, mas que buscar a apreensão de alguns aspectos da realidade histórico, mesmo que de modo aproximado ou representativo.

Sabendo-se disso e tomando todos os cuidados necessários à pesquisa em história, a literatura se torna um campo vasto, prazeroso e fecundo ao historiador que se dedica a esta, podendo abordá-la tanto pelo viés estético ou de seu conteúdo; articulando ambos; refletindo acerca da historicidade de um movimento literário em específico; ou mesmo pensar as proposições de um autor ou o conflito entre dois ou mais autores.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ARISTÓTELES. Arte Poética. Tradução: NASSETI, Pietro. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006.
BACCEGA, Maria Aparecida. Palavra e Discurso: Literatura e História. São Paulo: Editora Ática, 2000.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução: LAHUD, Michel; VIEIRA, Yara Fratechi. São Paulo: Editora Hucitec, 12ª Edição, 2006.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Tradução: TELLES, André. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2001.
CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade: Estudos de teoria e história literária. RJ: Editora Ouro sobre o Azul, 9ª Edição, Rio de Janeiro, 2006.
FERREIRA, Antonio Celso. A Fonte Fecunda. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.); DE LUCA, Tania Regina (org.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Editora Contexto, 2009.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. Tradução: CAMPOS, Augusto de; PAES, José Paulo. São Paulo: Editora Cultrix, 11ª Edição, 2006.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: Tensão social e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2ª Edição, 2009.


Discente: Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira.

Sobre o uso de fontes fotográficas


Criada no século XIX, a fotografia, além de se constituir uma das mais emblemáticas invenções da modernidade, tornar-se-á um dos principais símbolos da cultura ocidental, calcada fundamentalmente nas imagens – dando a materialidade a cultura. Nesse sentido, a fotografia constitui-se não só como uma inovadora forma de se ver o mundo – um registro, uma imagem permanente, um fragmento de memória - mas também uma forma de expressão artística e importante referência documental no campo da pesquisa nas ciências sociais.

             Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1825

No entanto, mais do que uma discussão no que se refere aos signos e significações que englobam a fotografia, um aspecto importante é como se dão esses processos de criação de sentidos e interpretação deste tipo de fonte.  Se em um primeiro momento, os retratos foram deixados de lado nas análises historiográficas, não se pode dizer o mesmo após a revolução documental desencadeada na Escola dos Annales.

 “Com a revolução documental das últimas décadas e, com o alargamento do conceito que o termo ‘documento’ passou a ter, a fotografia começou a ser tratada de forma diferenciada. ‘Não há história sem documentos’ assinalou Samaran. ‘Há que se tomar a palavra ‘documento’ no sentido mais amplo, documento escrito, ilustrado, transmitido pelo som, a imagem, ou de qualquer outra maneira.” (KOSSOY, p. 28)

neste caso, creio que um dos principais dilemas que não só o historiador, mas o pesquisador das ciências sociais e humanas de forma geral é lidar com a suposta objetividade do documento fotográfico. Portanto, devemos compreender a mesma em seu processo histórico. Segundo Justo (2008, p.31):
Assim, dada uma nova compreensão no sentido de fonte, o desafio se coloca em sua análise e critica interna; 


“É inerente à fotografia o corte, a seleção e, conseqüentemente, a lacuna. Não é possível nela capturar a realidade absoluta. Não se pode ter certeza do tempo e do espaço que a fotografia apresenta devido à sua materialidade estática e ao enquadramento fixo. Entretanto, estes aspectos limitantes da imagem fotográfica são justamente o que nos permite ir além do explícito. A transcendência do tempo e do espaço permite que a memória e a narrativa preencham as lacunas impostas pelo recorte fotográfico.”

Assim, a partir da colocação da autora acima, podemos extrair três elementos fundamentais na compreensão do documento fotográfico:

  1. Investigação da intencionalidade da fotografia;
  2. Interpretação do momento histórico em que este documento produzido se insere, bem como dos elementos presentes na fotografia;
  3. Crítica aos caminhos percorridos por essa fotografia, bem como as suas possíveis (re) significações.

Ainda no sentido da interpretação deste tipo de fonte, Boris Kossoy, importante referência na pesquisa de fontes fotográficas, nos traz em sua obra Fotografia e História (1989) interessante esquema de análise das mesmas.



Portanto, a partir dos argumentos expostos fica evidente o caráter não-objetivo da fotografia como se pensava inicialmente nos campos da pesquisa histórica; mais que isso, a mesma se mostra impregnada de sutis referências subjetivas desafiando a capacidade critica do pesquisador. Aos moldes do próprio ambiente em que se deu a gênese da fotografia – há mais de 200 anos atrás, na tentativa de se imprimir a objetividade – símbolo da racionalidade moderna – a fotografia, assim como o próprio homem moderno - ainda registra em suas linhas sutis toda a complexidade e urgência do sentimento humano.

Anna Lívia Gomes
História - 5°  Período

Referências Bibliográficas

KOSSOY, Boris. A fotografia como fonte histórica; introdução à pesquisa e interpretação das imagens do passado. São Paulo, Museu da Ind. Com. e Tecnologia de São Paulo - SICCT -1980.

KOSSOY, Boris. Fotografia e História. São Paulo, Ateliê Editorial. 1989.

JUSTO, Joana Sanches. Olhares que contam histórias: a fotografia como memórias e narrativas da família. 2008. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Assis, 2008.

O uso de programas televisivos como fonte histórica

A televisão, enquanto sistema de sons e imagens, começou a ser desenvolvido em 1923, sendo completado em 1927. Ele se tornou amplamente difundido após a Segunda Guerra Mundial, se aproveitando dos avanços tecnológicos disponíveis na época. No Brasil, ela chegou em 1948, mas, devido à dificuldade de transmissão e alto custo demorou, para se tornar o instrumento popular que é hoje.
Atualmente, não há como pensar em nossa sociedade sem relacioná-la com a televisão. Ela está inserida em nosso contexto, tanto cotidiano quanto global, fazendo parte de nossas histórias. Quem não se lembra, com saudade, dos programas que assistia quando era mais jovem? Podemos afirmar que a televisão é um próprio meio de entrar em contato com o passado, de voltar às suas raízes. Justamente por ter esse poder que a televisão pode ser usada como documento histórico, uma vez que (muitas vezes) está imerso na própria história de um determinado lugar, registrando os acontecimentos e se tornando elemento ativo da história.
Os pesquisadores de história têm encontrado certas dificuldades em trabalhar com o meio televisivo, devido a algumas barreiras que se colocam durante a pesquisa. Acerca disto, Marcos Napolitano em seu ótimo texto A história depois do papel, afirma:

A própria televisão, talvez devido ao seu caráter de produto cultural volátil, tem muita dificuldade em guardar e sistematizar a sua própria memória. Na medida em que os órgãos e arquivos públicos não assumiram a guarda do material televisual como parte de uma política de preservação de patrimônio, a maioria dos arquivos existentes é privada e pertence às próprias emissoras, que, por sua vez, os tratam como desdobramentos das suas atividades comerciais (NAPOLITANO, 2005; pag. 247-248)

Devido a estes problemas, muitos pesquisadores se sentem desmotivados para trabalhar com os arquivos referentes à televisão, pois eles não se enquadram na definição tradicional de “fonte histórica”. No entanto, mesmo com os problemas referentes aos direitos autorais e monopólio de arquivos por parte das emissoras, eles são dignos de serem estudados, por mostrar uma importante parte da história.

É preciso cuidado ao analisar a televisão como fonte histórica, pois ela tem um apelo social muito grande, sendo recebida de formas diferente pelas diversas camadas sociais. Além disso, é importante saber que a televisão é, muitas vezes, de caráter notadamente manipulativo, onde os programas são exibidos com finalidade de controlar ou direcionar uma parcela da população. Notadamente durante a ditadura militar, isso ocorreu de forma sistemática.
Mesmo que ela, por vezes, apresente este caráter, ainda é válido analisá-la. Muito pode ser aprendido se assim for feito. Nos arquivos das grandes emissoras de TV, existem verdadeiras jóias, como os festivais de música tradicionais dos anos 60, ou o a cobertura de momentos como a queda do Muro de Berlim. Se pensarmos neste sentido, podemos perceber a validade dos registros televisivos como fonte histórica, uma vez que ela nos fornece dados valiosos sobre a interpretação do passado. Logicamente, esses dados devem ser analisados com cautela, mas, não devemos, como sugerem alguns pesquisadores, descartar os registros televisivos totalmente. Fenômenos como a diversidade de mensagens emitidas pela televisão, impacto social que elas apresentam, e mistura de significados com outras mídias podem sim atrapalhar uma potencial pesquisa a respeito do assunto.
Talvez a maior dificuldade seja mesmo o caráter privado dos arquivos televisivos. Cabe ao pesquisador contornar este obstáculo para fazer uma boa pesquisa nesta área, considerada como pioneira por muitos estudiosos acerca de fontes históricas.

Bibliografia

NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel. In: Fontes históricas. Pinsky, Carla B.(org.). São Paulo: Contexto, 2005.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Ed. Jorge Zahar, 1997.

ORTIZ, R. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988.

Discente: Brunno Silva Martins

segunda-feira, 27 de junho de 2011

História e Cinema

A busca de meios didáticos/pedagógicos para relembrar a importância de um passado histórico é necessária na medida em que se procura um sentido de continuidade dialética ao acontecimento. Assim, pensamos em utilizar o recurso Audiovisual a fim de inserir o aluno no contexto histórico no intuito de relembrá-lo da importância da utilização de um conhecimento passado para a construção do saber presente.
O papel do docente se constitui em “orquestrar” um potencial emergente de idéias e interesses no intuito de apresentar um caminho, objetivando o espetáculo onde diversas mentes se interagem formando um pensamento com diversas vertentes que se complementam e atingem os objetivos esperados.
O fato está ligado no que disse Elias Thomé Saliba, à manipulação cultural e a transformação de acontecimentos em ícones parcialmente tendenciosos. O incentivo a uma real interpretação (ou pelo menos parcial) deve ser feita estabelecendo um aparato de meios de conhecimento bilaterais sobre o tema proposto, proporcionando a criação de um alicerce teórico, individual e reflexivo de cada aluno referente ao objeto de pesquisa.
Compartilhando o que disse Selva Guimarães Fonseca e a teoria de Jaime e Carla Pinky; é necessário a introdução de recursos tecnológicos nas práticas docentes incentivando a pesquisa e o pensamento crítico/analítico de meios de informações não tão confiáveis que estão à disposição e devido a facilidade são, cada vez mais, sendo utilizados pelos nossos alunos. Não se trata de privar tais alunos da utilização desses recursos mais, pelo contrário, incentivá-los – policiando-os e orientando-os – para uma utilização adequada, sem ingenuidade e nostalgia.
Combate-se assim, o que explica a professora Maria de Lourdes M. Janotti, o conhecimento do presente por ele próprio, mais sim através de um conhecimento histórico adquirido através de fontes confiáveis, sempre guiados pelo docente.

Referências bibliográficas:

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 2 ª Edição, 2004.
PINSKY, Jaime; PINKSY, Carla Bassanezi. O que e como Ensinar: Por uma História Prazerosa e Conseqüente. In: KARNAL, Leandro (org.) História na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Editora Contexto, 5ª EdiçãoFERREIRA
SILVA, Marcos; FONSECA, Selva Guimarães. Ensinar História no Século XXI: Em busca do tempo entendido. Campinas: Editora Papirus, 2007.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizados. Campinas: Editora Papirus, 2003.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. História nas atuais propostas curriculares. In:Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Editora Cortez, 2004.

Por Gabriel Costa